Brejo Grande é um município brasileiro localizado no extremo nordeste do estado de Sergipe, em zona de planície litorânea, junto a foz do rio São Francisco.
História
Os índios Tupinambás viviam na Ilha de Paraúna, doada a Antônio Cristóvão de Barros em 1590. Pertencendo inicialmente a Província de Pernambuco, passou em 1812 para a Capitania da Bahia, também graças à ação de José Alves Tojal, um homem local e influente que aterrou parte do canal do rio São Francisco, unindo a ilha à margem sul.
Em 1824, nos terrenos alagadiços da outrora ilha, perto da foz do São Francisco, migrantes alagoanos, pernambucanos e cearenses se estabeleceram e com o apoio do Barão Bento de Melo fundaram o povoado de Brejo Grande. Em 1826 houve no local um movimento pró-república, graças aos imigrantes pernambucanos que vieram para o povoado, mas que foi logo contido. Em 2 de outubro de 1926 foi desmembrado de Vila Nova (atual Neópolis) e elevado à categoria de cidade, com a denominação de São Francisco; em 1943 passou a chamar-se Parapitinga e somente em 1954 voltou a denominar-se Brejo Grande.
Geografia
O município tem um dos menores IDH do Brasil e o 3° menor do Estado. Possui temperatura média anual de 26 °C, e precipitação média de chuvas de 1200mm/ano.
Hidrografia
Ao sul o município limita-se com o oceano Atlântico e ao leste com o rio São Francisco. O canal principal do São Francisco mostra uma derivada à direita, quase junto à foz, conhecida como canal do Parapuca, que se estende por quase 30 km através de um manguezal de cerca de 10.000 ha, indo desaguar mais ao sul da foz principal. Esta segunda foz é bastante móvel, permutando em geral entre a costa à frente do povoado de Ponta dos Mangues (pertencente ao município vizinho de Pacatuba) e um trecho da costa conhecido como Costinha, mais ao norte, mas ainda cerca de 10 km da foz principal. A cada mudança da linha da costa, pelos efeitos dos ventos, marés e da força do rio São Francisco, a foz secundária abre-se em outro ponto. Há, como consequência, a destruição e a recriação de extensos trechos do manguezal próximo à praia e da vegetação às margens do oceano.
Nas margens do rio São Francisco havia uma aldeia de pescadores chamada pelos nativos de "Cabeço", que foi destruída pela invasão do mar (a diminuição da vazão do São Francisco devido ao seu represamento em 1994 para construção de Xingó, causou um desequilíbrio na foz entre as forças do rio e do oceano).
Hoje esse mesmo local é habitado por moradores que se deslocaram mas continuam habitando a mesma região, ainda que corram o risco de perderem novamente suas casas para o oceano.
O delta sergipano do Rio São Francisco é, portanto, quase todo pertencente ao município de Brejo Grande. Por sua formação geológica, o município é quase todo formado de dunas e restingas, entremeadas por lagoas e apicuns.
Povoados
Nas limitações de Brejo Grande são existentes diversos povoados,onde destacam-se:- Terra Vermelha
- Brejão
- Saramém
Quando o mar encobriu a vila do Cabeço, os moradores foram transferidos para Saramém. Na cidade, percebemos a preocupação com a força da água do mar. A força do mar vem comendo terra, tirando pedaços inteiros do barranco. O mar avança porque o São Francisco enfraqueceu. O volume de água que chega à foz começou a cair nos anos 80 com a construção, rio acima, de hidrelétricas que represaram a água. São nove hidrelétricas só no São Francisco, 33 somando todas as construídas nos afluentes. Para evitar nova tragédia, Saramém foi erguida longe da foz, a quase um quilômetro da margem do rio. Mas é na beira do São Francisco que tudo continua acontecendo. Na Ilha do Cabeço, todos viviam da pesca. Em Saramém, foi preciso improvisar. Os moradores revelam que agora a comunidade vive de pesca e turismo.
- Farol do Cabeço